A IBM desenvolveu um novo modelo de inteligência artificial (IA) que prevê o início da doença de Alzheimer melhor do que os testes clínicos atuais.
O modelo foi projetado para ser não invasivo e usa uma pequena amostra da fala do paciente, a partir de um teste cognitivo verbal. O modelo de IA é capaz de prever o início da doença de Alzheimer com cerca de 71% de precisão. Os testes clínicos atuais acertam em aproximadamente 59% das vezes e demoram muito mais para serem realizados.
Em um artigo detalhando o modelo da IBM, a empresa diz que usou dados do Framingham Heart Study. O estudo começou em 1948 e abrange as várias gerações necessárias para a construção de uma IA para prever a doença de Alzheimer em indivíduos saudáveis, sem outros fatores de risco. 5.000 participantes de Massachusetts e suas famílias foram estudados. 703 amostras de 270 dos participantes do estudo foram coletadas e analisadas para criar um conjunto de dados que consiste em uma única amostra de 80 participantes - metade dos quais desenvolveu sintomas de Alzheimer antes de chegarem aos 85.
A IA foi treinada neste conjunto de dados para detectar sinais de Alzheimer, como o repetição de palavras e uso de frases curtas com estruturas gramaticais pobres. A IA da IBM foi capaz de prever corretamente o início da doença de Alzheimer em cada sete de dez casos. A IBM pretende expandir o treinamento de seu modelo usando mais dados para melhor refletir a sociedade, incluindo fatores socioeconômicos, raciais e geográficos.
A pesquisa da doença de Alzheimer é parte de um esforço mais amplo da IBM para entender melhor a saúde neurológica e as doenças crônicas por meio de biomarcadores e sinais na fala e na linguagem. Estima-se que cerca de 5,5 milhões de pessoas só na América têm Alzheimer, e alguns estudos sugerem que é a terceira causa de morte atrás de doenças cardíacas e câncer.
Embora ainda não haja cura ou prevenção para o mal de Alzheimer, o diagnóstico precoce ajuda a preparar os indivíduos e suas famílias tanto quanto possível. Se houver tratamentos disponíveis, o Alzheimer quase certamente será tratado de forma mais eficaz quando detectado mais cedo.
A IBM publicou sua pesquisa na revista científica EClinicalMedicine do The Lancet. A Pfizer foi divulgada como financiando a obtenção de dados do Framingham Heart Study Consortium e apoiando o envolvimento da IBM Research.
Assista o video abaixo (em inglês).
Para saber mais: https://www.ibm.com/blogs/research/2020/10/ai-predict-alzheimers/
https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(20)30327-8/fulltext