Transtorno neurocognitivo é um termo geral que se refere a qualquer condição que afeta o funcionamento cognitivo, como memória, atenção, linguagem, raciocínio ou julgamento. Essas condições podem ser causadas por uma variedade de fatores, como doenças neurológicas, lesões cerebrais, abuso de substâncias, infecções ou envelhecimento.

O transtorno neurocognitivo pode variar em gravidade e impacto na vida diária das pessoas. Alguns exemplos de transtornos neurocognitivos são:
- Demência: uma perda progressiva e irreversível das habilidades cognitivas que interfere na independência e no funcionamento social. A causa mais comum de demência é a doença de Alzheimer, mas existem outras causas possíveis, como doença vascular cerebral, doença de Parkinson ou doença de Huntington.
- Delirium: uma alteração aguda e flutuante do estado mental que envolve confusão, desorientação, alucinações ou ilusões. O delirium pode ser causado por uma série de fatores médicos ou ambientais, como infecções, medicamentos, desidratação ou privação do sono.
- Transtorno amnéstico: uma perda significativa da memória que não pode ser explicada pelo envelhecimento normal ou por outros transtornos mentais. O transtorno amnéstico pode ser causado por danos ao hipocampo ou outras partes do cérebro envolvidas na formação da memória. Algumas causas possíveis são trauma craniano, anóxia cerebral ou alcoolismo crônico.
- Transtorno neurocognitivo leve: um declínio leve e mensurável nas habilidades cognitivas que não interfere no funcionamento diário normal. O transtorno neurocognitivo leve pode afetar um ou mais domínios cognitivos e pode ser um estágio pré-clínico de demência ou uma condição estável.

 

Como diagnosticar o transtorno neurocognitivo?

O diagnóstico do transtorno neurocognitivo requer uma avaliação abrangente que inclua:

- Histórico clínico: coleta de informações sobre os sintomas atuais e passados do paciente, bem como seus antecedentes médicos, familiares e psicossociais.
- Exame físico e neurológico: verificação de sinais vitais e possíveis anormalidades neurológicas que possam indicar uma causa orgânica para os problemas cognitivos.
- Testes laboratoriais: realização de exames de sangue e urina para descartar possíveis infecções, deficiências nutricionais ou distúrbios metabólicos que possam afetar o funcionamento cerebral.
- Testes neuropsicológicos: aplicação de instrumentos padronizados para avaliar as diferentes funções cognitivas do paciente em comparação com as normas etárias e educacionais. Os testes podem incluir medidas de inteligência geral (QI), memória (verbal e visual), atenção (seletiva e sustentada), linguagem (expressiva e receptiva), funções executivas (planejamento e solução de problemas) e habilidades visuoespaciais (percepção e construção).
- Testes complementares: realização de exames adicionais para obter mais informações sobre a estrutura ou função cerebral do paciente. Esses testes podem incluir imagens cerebrais (como tomografia computadorizada [TC], ressonância magnética [RM] ou tomografia por emissão de pósitrons [PET]), estudos genéticos (como análise do DNA) ou testes líquor (como análise do fluido cerebrospinal).

 

Qual a diferença entre transtorno neurocognitivo leve e maior?

O Transtorno Neurocognitivo Leve (TNL) é caracterizado por um declínio cognitivo que excede o esperado para a idade e o nível educacional do indivíduo, mas que não interfere significativamente nas atividades da vida diária. O TNL pode afetar uma ou mais áreas cognitivas, como memória, atenção, linguagem, funções executivas ou visuoespaciais. O TNL pode ser considerado um estágio pré-clínico ou prodrômico de diversas doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson ou demência vascular.

O Transtorno Neurocognitivo Maior (TNM) é caracterizado por um declínio cognitivo que interfere substancialmente nas atividades da vida diária do indivíduo. O TNM também pode afetar uma ou mais áreas cognitivas, mas com maior gravidade e comprometimento funcional. O TNM pode ter diversas etiologias, como doenças neurodegenerativas, vasculares, traumáticas, infecciosas ou metabólicas.

O diagnóstico diferencial entre TNL e TNM depende da avaliação clínica e neuropsicológica do paciente, bem como de critérios específicos para cada tipo de transtorno. Alguns critérios gerais são:

- Para TNL: evidência de declínio cognitivo em relação ao nível anterior; preservação da independência funcional; ausência de delirium; não se enquadrar nos critérios para TNM.
- Para TNM: evidência de declínio cognitivo em relação ao nível anterior; comprometimento da independência funcional; ausência de delirium; especificação da etiologia subjacente.

Existe tratamento?

O tratamento dos transtornos neurocognitivos depende da causa e do grau de severidade dos sintomas. Em geral, envolve intervenções farmacológicas e não farmacológicas, visando retardar a progressão do declínio cognitivo e melhorar a qualidade de vida do paciente e dos cuidadores.

 

DANILO PEREIRA