A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) começou em 2021 a estudar os efeitos cognitivos da doença em mais de 400 pacientes.

Todos eles foram submetidos a uma bateria de exames e testes psicológicos durante seis a nove meses após deixarem o hospital.

Entre os relatos, a perda de memória foi mencionada em 51,1% dos casos.

O neurocirurgião Fernando Gomes, responsável pelo estudo, apontou que 15% dos pacientes também relataram a aparição de sintomas de ansiedade, enquanto 13% mencionaram o estresse pós-traumático, e 8% foram diagnosticados com depressão.

 

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Esse é mais um estudo, mostrando que as sequelas da COVID-19 não estão apenas no corpo físico, mas também na mente.

Aqui no IBNeuro, realizamos uma pesquisa semelhante que deve ser publicada em breve


COVID-19 e os prejuízos cognitivos

 

A morbidade psiquiátrica e cognitiva após a infecção por SARS-CoV-2 pode surgir de vários fatores como parte do que está sendo chamado de síndrome pós-aguda COVID-19 (PACS) ou “COVID longo”. 

O estresse psicossocial representa um importante mecanismo que predispõe as vítimas de COVID-19 ao sofrimento emocional, algumas das quais acabarão apresentando sinais e sintomas de grandes transtornos psiquiátricos.

No entanto, evidências recentes indicam que os resultados neuropsiquiátricos também podem representar características do envolvimento sistêmico e do sistema nervoso central (SNC) na fisiopatologia da COVID-19, resultantes em grande parte de mecanismos indiretos mediados por inflamação, hipercoagulabilidade, vias vasculares e imunológicas, além de possível invasão direta do cérebro pelo coronavírus. 

De acordo com o conhecimento atual, a interação de vários mecanismos fisiopatológicos relacionados ao COVID-19 interrompe a homeostase cerebral, causando disfunções/lesões que acabarão se apresentando como sintomas de deficiência mental e cognitiva (‘neurocovid’).

Uma peça de perspectiva recente sugeriu que, em populações vulneráveis ​​(particularmente os idosos), a infecção por SARS-CoV-2 pode acelerar patologias cerebrais subjacentes e aumentar o risco de declínio cognitivo tardio e progressão para demência. 



Artigo completo aqui:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0163834322000020#!



09 de fevereiro de 2022 — DANILO PEREIRA